O curso de Artes Visuais me conduziu a descobertas importantes, ao me apresentar as etapas existentes na construção e compreensão de uma imagem.
Desde a primeira aula, a resistência em ousar desenhar foi sendo sanada com a agregação de teoria e prática.
Sem dúvida, à medida que cumpria as tarefas, deparei-me como nunca havia acontecido antes, face a face com o ponto, com a linha, com a forma, com as cores. A partir de então, a dúvida inicial de como realizar a atividade se tornou criadora da ordem, ao perceber que estava diante do principio do desenho. Aprendi a desviar meu olhar do todo e chegar a menor parte do desenho, da imagem, percebendo-a em toda sua importância com um olhar mais científico, mais “conhecedor”.
Desenhar requer experimentação, prática, paciência, concentração, sensibilidade, dedicação, estudo e persistência... e a prática destes sentimentos me fez concluir que a arte é mesmo uma ferramenta transformadora do indivíduo. Com as práticas, fui conduzida para além do visual, do físico, do gráfico. O desenho é mesmo pensamento, linguagem, exatamente como afirma Amilcar de Castro.
Esta afirmação foi comprovada por mim nas atividades com linhas expressando velocidade, leveza, ordem, acaso. Para cumpri-las, por exemplo, procurei um ambiente calmo, no qual eu pudesse me concentrar para realizar cada etapa.
As atividades propostas me traziam os sentimentos afins enquanto as realizava:
Linhas que expressem velocidade = excitação, adrenalina;
Linhas que expressem leveza = calma, tranquilidade;
Linhas que expressem ordem = disciplina, concentração.
Ao final da tarefa solicitada, a relação entre o concreto e o abstrato me encantou.
Nunca havia correlacionado tão intimamente o ato de desenhar, a imagem e os sentimentos nascidos na hora de produção.
Para cumprir as demais tarefas do mapa de atividades, foram horas a fio colando resíduos de perfurador, aprendendo a manusear a caneta nanquim, explorando a mistura de tinta guache para obter novas cores, procurando em Iúna e cidades vizinhas o papel canson, devorando o material didático e resistindo ao uso insistente da borracha, quando a dúvida tomava conta dos olhos.
Hoje, ao comparar o primeiro desenho livre e o desenho valorizando, vê-se um progresso significativo, tanto na imagem, quanto em quem a criou.
Etapas cumpridas... Etapas vencidas...
A alegria em desenhar me conduz agora à espera de novos conhecimentos, novos desenhos e novas folhas em branco.