Com relação à obra Improviso 31 – Batalha Naval, de Wassily Kandinsky, há uma forte relação entre a música e a pintura, característica essa que impregnou a arte do pintor. A obra traz a busca da liberdade ansiada por Kandinsky e a intensão de criar formas autônomas que liberaria sua arte da mera representação das formas da figuração. As manchas pictóricas, justapostas com violência que é, ao mesmo tempo, de um extremo requinte, ecoam como notas de uma sinfonia de fortes contrastes.
Dessa sua aspiração nasceu no pintor o desejo na arte moderna de impregnar de ritmo a pintura, de construção matemática abstrata, de notas repetidas de cor, de colocar em movimento as cores, em síntese, de abstrair.Não é por acaso que, a partir de 1910, as obras de Kandinsky se intitulam na sua maioria, “improvisações”, “composições”, e “impressões”, e são numeradas como os trechos musicais, dentre as quais se encontram a obra observada.
Na mesa redonda realizada na Ufes, foi unanimidade a opinião de que é interessante perceber e analisar a forte relação entre a expressão artística, o contexto histórico e a vida pessoal do autor da obra.
Esse novo conhecimento, adquirido de forma interdisciplinar (história e arte), fornece ao observador uma gama maior de recursos (e de segurança) para interpretar a obra de forma mais adequada. Muito bom!