Estudar Vicent van Gogh é uma viagem plena e absoluta para um universo inimaginável!
Em sua obra “Quarto em Arles”, o autor reflete a imagem do quarto onde estava hospedado na ocasião da pintura.
A obra possui três versões em anos diferentes, havendo mudanças em algumas cores em cada versão.
Embora buscasse a impressão de tranqüilidade em seu quadro, este reflete a tensão, a solidão de Van Gogh. Os objetos do quarto não têm relação entre si, o piso aparenta cair para frente, a janela está entreaberta, os quadros pendem em direção à cama, os móveis em diagonal, tudo parece refletir o caos em que Van Gogh mergulhara.
Esta análise só pode ser feita ao associarmos os traços técnicos da pintura com o contexto histórico pessoal da vida do artista, que passou para a história como um dos exemplos mais notórios do artista maldito, do gênio desajustado, do homem incompreendido por seu tempo, mas que foi aclamado pela posteridade.
Ao longo da vida, sofreu uma série interminável de infortúnios: desilusões amorosas, crises nervosas, misérias financeiras. Foi tratado como louco, ficou várias vezes exposto à fome, à solidão e ao frio.
Foi na pequena e ensolarada aldeia francesa de Arles que a pintura de Vincent van Gogh encontrou o cenário ideal para dar o grande salto artístico, a partir de 1888, apenas dois anos antes de sua morte. As cores - sobretudo o amarelo - explodiram com intensidade nas telas, mas o deslumbramento e a obsessão pelo trabalho minaram-lhe a saúde física e mental.
Em Arles, pintou cerca de 200 quadros e fez 100 desenhos.
Em meados de 1890, aos 37 anos, Vicent van Gogh saiu em direção a um trigal, igual a tantos outros que já pintara. Mas não levava telas e pincéis, e sim uma pistola. Voltou a arma contra o próprio peito e apertou o gatilho. Não resistiu ao ferimento. Morreu por volta de uma e meia da manhã do dia 29.